quarta-feira, 22 de abril de 2009

Volume 5: Devendo na Chuva


Hoje parecia ser um dia tão excepcional, tão calmo, de tanto sol e calmaria *-* mas amigos, ao menos que vocês não me conheçam ou sejam novos no blog, vocês sabem que não há tempo bom comigo, e todo dia é dia de dever -.-'

Antes de ir para o cursinho fazia tanto sol, a brisa que tocava minha pele era tão suave e podia sentir o cheiro da maresia de longe (e não vinha do ensopado da vovó, dik). A emoção era tanta que resolvi estrear um look de verão-praia: uma jeans bege claríssima, uma sandália marrom-ocre finérrima e uma camisa amarela verão. Para evitar qualquer tipo de imprevisto, e vocês sabem como acontecem na minha vida, eu levei uma sombrinha (aquelas furrecas sabe? descartáveis? que só serve para chegar no ônibus, fechar e jogar pela janela!).

Claro que se algo tem que dar errado, aceitem, VAI DAR ERRADO. No início de minha jornada rumo ao physics, isso conte sete quarteirões, me encontrava no meio de uma chuva torrencial. Tudo ia bem até que a safada da sombrinha simplesmente se desmonta em plena rua, e todos olham me achachoteando. Foi traumatizante. Era só eu e alguns tecidos e plásticos da sombrinha. Pela minha sorte (ou azar, ainda não sei direito), HELLO? EU ESTAVA NO CENTRO! TEM VENDEDOR DE SOMBRINHA EM TODO LUGAR!

Como nessas situações de aperto não se julga um cavalo pelos dentes, comprei a única sombrinha que estava a venda, uma enorme, que parecia um guarda-sol de algodoal u.u Depois de 5 quarteirões, cheguei no cursinho, com a minha calça antes bege, agora aparentava ter sido usada por mim numa desbravação de um manguezal em algum lugar entre o curso e minha casa. O guarda-chuva realmente tenho que aceitar que é um luxo, daqueles de madeira e laranja, MUST-HAVE DO VERÃO! (e é maior que a kalinna...). Para completar o dia, no ônibus, de volta para casa, ela me causou duas vergonhas:
  • De tão grande que era, passei o guarda-chuva na perna de um senhor com perna quebrada (: idoso por sinal, ele quase cai se não fossem meus movimentos friamente calculados.
  • Como ficava difícil me equilibrar no ônibus cheio, segurar meu material e um guarda-chuva que parecia uma tenda de geladinho, eu me compliquei ao ajeitar minha calça: em vez de puxar a calça para cima, puxei minha cueca e fiz um auto-cuecão, tem coisa pior que isso? possivelmente há, mas essa chega perto.

Como se o mundo não fosse tão irônico, fui recebido em casa com a mais célebre das perguntas de inverno: -VC PEGOU CHUVA? -s, eu só devo -.-'

terça-feira, 21 de abril de 2009

Banho (e não foi de sangue) no Hangar

Pois não é que as vezes a vida é um mar não necessariamente de surpresas. Sem querer fazer fofoca, vocês sabem que não gosto dessas coisas (essa nova né?), mas essa quentinha é direta de um informante de adivinhem só! HANGAR, CENTRO DE CONVENÇÕES!

Pois foi uma noite completamente norrrmal, coquetel de gala de um lançamento de algum prédio em algum legar do centro. Meu informante parecia quase dormir no seu centro de observação da justiça, em meio a telas que mostravam quase tudo do Hangar, quando na sala de fumantes, sozinha, entra uma senhora elegantíssima, com um longuíssimo vermelho montadíssima.

Ela, finíssima, se senta no sofá de desgustar cigarretes, ajeita um pouco o vestido e PASMEM, começa a urinar, inteirinha, por horas, lá mesmo menina! no sofá de fumantes! Uma rápida olhada pelos monitores mostra várias evidências: Banheiro totalmente cheio e fila. Coquetel quase somente de líquidos diuréticos.

Como quem não fez nada, ela levantou, ajeitou o vestido e foi embora da festa.

Meu informante passa bem, apesar do choque.

O serviço de limpeza e de renovação de mobília foi chamado mas ao chegar no local, o sofá já não podia mais ser socorrido.

Aprenderam o que? se você estiver com vontade de urinar e o banheiro do hangar estiver cheio, vá dis-cre-ta-men-te no laguinho da entrada e faça lá, poupa gastos com mobília e você ainda está longe qualquer vigilângia por parte das câmeras. Dica.

domingo, 19 de abril de 2009

Bolso da Perdição

Poisé, quando tudo está péssimo, ruim, horrível, acreditem amiguinhos, sempre pode ficar 1.000 vezes pior:

O cursinho é realmente a parte mais legal e desgantante do dia, mas estamos lá, eu, manu, flora, marília, bunitos, loiros, nipo-afegãos e hu-mil-des, só para aprender o assunto e fazer a sabida no colégio (Além de desfilar modelão no curso néaaaam?!)

Poisé, oito horas da noite, voltando para casa com Freire, eu lembro de um detalhe mínimo: COLOQUEI O DINHEIRO DA VOLTA NO BOLSO FURADO DA MINHA CALÇA! sim queridos amigos e amigas, eu não chamei palavras, e saibam que enfrentar um problema sem falar palavrão é difícil ao quadrado. Mas, felizmente, o mundo foi justo para comigo no quesito pernas fitness, e uso uma calça que não passa 1 mol de oxigênio, quanto mais uma nota de cinco reais. O único problema era: tirar a calça para pegar o dinheiro! quando? onde? como?
então, grande idéia número 1: tirar a calça na gentil, totalmente escura e deserta, atrás de uma mangueira! " MANU MANU! olha para ver se nada acontece!" eu disse, e quando eu estava com as calças arrinhadas pela metade, ele grita que uma senhora estava vindo. Só que em vez de tentar me cobrir ou me esconder, a criatura me empurra, e eu claro, tombo no chão, com as calças arrinhadas, no mato da mangueira rs. me senti o tarzan total.

Sem dinheiro, moral e reputação, tive de pedir dinheiro para almas boas na parada, que receberão tudinho tudinho quarta, próximo dia de curso.

Moral da fábula esoponiana: Nunca coloquem dinheiro atrás da dobrinha do joelho, ela fica igual folhinha de alga de sushi. EUSÓDEVO!

terça-feira, 17 de fevereiro de 2009

O caranguejo com Batatas


Ela se senta à mesa, devora a comida, nunca tinha comido coisa igual:

- Tia, seu caranguejo está de chupar os dedos, tá diliça. Ela brada.

sua amiga, não obstante, replica:

- Caranguejo com Batata não existe menina, tu estás comendo bacalhau.

Isso que dá, quem só come mussum da vala, começar a comer a comer bacalhau.

sábado, 14 de fevereiro de 2009

Revolução do faroeste


O Estranho sem nome
Diretor: Clint Eastwood
Elenco: Clint Eastwood, Verna Bloom

“O estranho sem nome” é um dos primeiros filmes em que Clint Eastwood tomava a direção, ele claro, sempre amou o cinema como um todo: seja atuando ou dirigindo. O filme foi um dos últimos suspiros do finado gênero de faroeste e reuniu atrizes e atores que fizeram sucesso nos filmes de bang-bang americanos. Clint está lindo de morrer, como nunca esteve em outro filme (pelo menos para mim), o roteiro é baseado num substancial mistério, que envolve bandidos e uma cidade inteira. O nome do personagem principal nunca é dito no filme, ele só deixa os telespectadores como fãs as transformar a cidade de Lago no verdadeiro inferno: O estranho chega à cidade de Lago, um fim de mundo que sobrevive somente pela indústria de mineração de ouro. Logo arranja encrenca com os pistoleiros da região e os mata, mostrando que é o mais rápido do gatilho. Os cidadões de Lago revelam que os pistoleiros tinham como objetivo proteger a cidade e os moradores de assassinos que iriam ser soltos e voltariam a Lago para matar a todos. O estranho recebe crédito infinito em Lago, em troca de defender Lago de Stacey e seus capangas.


Logo o filme revela para quem assiste o grande segredo dos moradores: o antigo xerife descobrira uma falcatrua na empresa de mineração e iria fechá-la, para impedir que a cidade implodisse, os moradores contrataram assassinos para matar o xerife. Os fora-da-lei acabaram presos, como não estava previsto, e iriam voltar para a cidade e matar a todos os moradores.


Outro mistério também fica implícito: quanto mais o filme avança, mais nós temos certeza que o estranho é irmão do xerife, e por isso está jogando todos os moradores um contra o outro e transformando a cidade num verdadeiro inferno. No final, todos os moradores recebem um castigo pelo terrível crime que cometeram, e aprenderão pelas mãos de Estranho e dos assassinos que cedo ou tarde, todos temos de arcar com a responsabilidade dos nossos erros. Ótimo roteiro, baseado num mistério original. Western de ficar grudado do início ao fim.

sexta-feira, 13 de fevereiro de 2009

Volume 4: O curioso caso do Xampú Rosa


uia bunitans *-* de primeiro eu iria abandonar o blog mais uma vez, mas como todas estão louquinhas para saber mais de minhas aventurinhas, vou contar algumas... só não as mais pesadas que senão ninguém compra meu livro quando lançar.

Nessas férias eu fui para o sítio de Lucilene, uma amiga riquíssima com uma mansão em pleno meio rural. Uma casa com piscina olímpica, milhares de quartos e banheiros e mais um monte de empregadas ao nosso dispor. Claro, bathing time, todas foram tomar seu banho nos banheiros para se jogar na piscina (afinal são todas higiênicas e limpinhas e ninguém é loca de pular no cloro com PDA ou QJN, pericon). como eu fiquei distraído vendo George, rei da floresta na tv, fui o último a usar o banheiro. Depois de hoooooooras cuidando de minha limpeza pessoal e cantar todo o cd da Kylie Minogue, saí belíssimo, rebolativo e brilhante do banheiro.

Quando cheguei na piscina, eu fiz a pergunta para Lucilene:

- Lu, QUAL A MARCA DO TEU XAMPÚ ROSA? olha como ele deixou meu cabelo soltinho, tá um petáculo beibe.

- Xampú rosa? olha eu nem trouxe xampú amore, tou com chapinha no cabelo.

e as horas passando, eu perguntando para todos afim de saber quem era o dono do frasquinho rosa no banheiro com o xampú mais cheiroso e maravilhoso que eu já usei, claro que todos ficaram curiosos e foram no banheiro investigar:

- Manu, acho melhor você se sentar

Me sentei. Todos quase se rasgaram na dancefloor:

-Tu usou o Vagisil da mamãe, mais cinco minutos e teu cabelo ia se desintegrar.

Choque on the dancefloor .

Ela vale muito mais que ouro


Menina de ouro (2004)
Diretor: Clint Eastwood
Elenco: Clint Eastwood, Morgan Freeman, Hillary Swann

De que Clint Eastwood é um maravilhoso de durão ator todos sabem, e que é um dos melhores e mais sensíveis diretores também. Menina de ouro está aí para provar isso. Quase o filme inteiro foi baseado num jogo de sombras incrível, que me conquistou. Também caí de joelhos para como Clint conseguiu criar uma clima de madrugada e início de manhã em algumas cenas, aquela sensação de que ainda são cinco e meia, seis horas da manhã. Ainda mais para mim que moro longe da cidade, sei muito bem como é essa madrugada gostosa com direito a neblina e céu azul lápis-lazúli. Como sempre, Clint é um misógino durão, que claro nós adoramos. Desta vez ele e é o treinador Dunn, que treina alguns lutadores de boxe para disputarem seus torneios. Conta também com a assistência de seu braço direito, ex-pupilo, representado por Morgan Freeman ( um dos meus atores favoritos, acredito que do Freire também, não?). Tudo na vida do durão Dunn muda quando conhece a jovem batalhadora Maggie, interpretada belamente por Hillary Swan. Meg nasceu sabendo que era pobre, e com uma folga do trabalho de garçonete se dedica ao treino de boxe, sua vocação e seu único talento. O brilho e a força de Meg, com a persistência de Dunn, levam a lutadora ao topo do mundo e a realizar todos seus sonhos em poucos menos de dois anos. Um único degrau ainda resta antes de alcançar o máximo que uma lutadora pode sonhar: o título de campeã mundial. O que Dunn e Mag não esperavam é que ela iria se machucar feio na luta e ficar tetraplégica, alterando o curso da vida de todas as pessoas a sua volta, além de deixar seu treinador (que acabou se tornando um pai) às voltas com dilemas sentimentais e de caráter. O filme é um dos melhores do Clint Eastwood, e reúne estrelas de alto nível e simpatia. Merecedor de todos os Oscar que ganhou, sem dúvidas, consegue arrasar com o coração de qualquer um. Quase me debulho em lágrimas, e se já gostava dos três atores, Eastwood, Freeman e Swann, passei a gostar muito mais depois que assisti ao filme. Favorito meu e do Freire.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Volume 3: Os poderes ocultos de cigana Elka

Entramos no salão de esoterismo de madame cigana Elka, causando furor por onde passavamos. Michelle deu sua carteirada na porta e gritou meu nome (eu que não sou bobo nem nada estava com as mapôncias na sala de espera vendendo meus produtos de beleza jequiti). Corremos e entramos no consultório, ao que me lembro tinha cheirinho de sexo, e uma fumaçinha rosa tinha cherinho de calabresa (deliça). Sentamos, e ela disse: vcs tem muita coisa em comum. Rasha poderosa cigana elka... primeiro ela jogou umas cartas de tarô para mim. Na hora de cortar o naipe (sé naipe bom né mãe delamare?), utilizei toda minha astúcia de poker e dei um show, ela então apontou a primeira carta com aquela unha de 25 cm vermelho-sangue, e me disse o básico:
  • Você é mafioso, fofoqueiro, mavambeiro, tranca-rua, olho junto e um futuro lindo pela frente.
  • Você tem uma amiga falsa que fala mal de você.
  • Você tem uma amor secreto.

Ou seja, nada que não ouça todo dia no colégio. Ao ler a mão de michelly, ELKA RIU DEMAIS... pombas voaram de uma lado para outro e leões pularamsobre círculo móveis de fogo (tá bom os dois últimos foram no circo do betto carreiro). Ela disse: MICHELLE, VOCÊ FICARÁ GRÁVIDA. Pertubadissimas, pagamos os finte reais que devíamos e fomos embora, michelle, aparentemente perturbada.


-mentira que vou arranjar um bofe que me coma, cigana elka?

Amigas, o tempo passou... três meses depois, Michelly me liga chorando: "AMICS EU TÔ FERRADA! MINHA MENSTRUAÇÃO TÁ ATRASADA E TÔ VOMITANDO DEMAIS". desliguei o fone e corri para michelly, não sabia se a parabenizava por ter feito besteirinha finalmente e deixado de ser virgem ou a consolava. Os poderes de Cigana elka se mostravam pura verdade, viamos toda a maldade de seu ocultismo se configurado na gravidez de lady mi. Aí eu perguntei:

"com quem foi amore?"

"com quem foi o que caralha? SEXO EU? NUNQUINHA!"

"SUA DESGRAÇADA! TEU FILHO É DO ESPÍRITO SANTO É? TU NÃO TÁ GRÁVIDA ANTA!"

Depois que Cigana Elka trocou uma infecção de fígado com gravidez, nunca mais acredito em ocultismo, muito menos ligo para o Walter Mercado. Nojo de esoterismo.

Nada tem sentido se não estiverem juntos


Os implacáveis
Diretor: Sam Peckinpah
Elenco: Ali MacGraw e Steve McQueen

Carol não agüenta mais ver seu marido, Doc McCoy, preso. Com uma idéia infalível, a trapaceira pede para um político corrupto conseguir a liberdade do marido, em troca dos serviços do casal para roubar um grande banco da cidade. McCoy realmente consegue a liberdade e começa a planejar junto com a mulher o grande roubo, mas seu parceiro de crime, Rudy, cresce os olhos para o dinheiro e tenta eliminar todo o bando. McCoy e Carol se defendem e apagam o canastrão (que claro, para a nossa alegria, não morreu), e vão ao encontro do político Beynon para repartir o dinheiro. Na hora de acertar as contas, McCoy tem uma surpresa: Carol não só prometeu metade do montante do roubo, como também o seduziu e prometeu ficar com ele. Claramente fiel ao seu marido, Carol mata o safado Beynon e o casal então começa uma corrida pelos EUA, fugindo da polícia, de Rudy e dos capangas de Beynon. Tudo parece ir bem até que o casal começa a se distanciar, devido à série de burrices de Carol (que perde a maleta de dinheiro e dá conversa para estranhos) e o esforço de Doc para ajeitar todas essas besteiras. Quando o cerco se fecha, eles vêem o verdadeiro significado de seu amor: nada tem sentido se não ficarem juntos. De volta a ativa, o casal de criminosos linha-dura começa uma fuga perigosa para fugir do país e ficar com o dinheiro do assalto, mesmo que para isso tenham que silenciar policiais, bandidos e políticos.

O filme todo é uma obra de arte, ótimo roteiro, edição de cenas primorosas, trilha sonora perfeita de Quincy Jones e ótima atuação de McQueen e MacGraw: ele dá muito charme ao truculento criminoso Doc e ela muita graça a boba e trapaceira Carol. Carol nunca deixou de amar Doc e transou com Beynon para tirá-lo da cadeia, em troca Doc entende que quem ama faz tudo pelo seu parceiro, e não poupa esforços para proteger sua amada e resolver todasas mancadas que ela comete. Uma fuga perigosa pela fronteira do México é o centro do filme e nos prende à tela até a última e perfeita cena. Por reinventar o casal inseparável fora da lei com classe, “Os implacáveis” merece uma chance de ser assistido e claro, fazendo jus à frase: juntos na saúde e na doença, na condicional e na perpétua.

quarta-feira, 11 de fevereiro de 2009

Volume 2: Nada é o que parece

Primeiramente, gostaria de agradecer ao boom dos leitores e leitoras catitas que adoraram o volume primeiro de minha saga fervidíssima de 2008. Principalmente à Sara que me reanimou a revivar o blog e postar para ela. À Mariah, que já ouviu as histórias pelo menos 500 vezes mas fez que leu pela primeira vez. A todos da enquete que querem saber quem irá morrer no final. À todos que votaram em mim, mesmo eu estando vivo neste exato momento. Ao uriel e suas críticas construtivas. E ao melhor amigo Alex, não contribuindo com nada, mas é meu melhor anyway. Agora sim, vamos à segunda parte da aventura.

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Foi um momento super transcedental (claro, no clima indian chic de "way of india") que, inxalá, agradeci estar num ônibus com Lady Michelle Tsukino Ferrara Luíza Tereza Amanda de Assunção Oliveira Damascedo Silva. Apesar de senti nas minhas entranhas que algo certamente ia dar errado, a chamei louquíssima para sentar do meu lado, afinal como estudava demais pouco nos viamos. Cantamos todo nosso repertório, desde Whitney Houston até Sheilla Mello (TÔ VIRANDO ÁGUA). Colocamos nossas fofocas e nossos ipods em dias, só então depois da fadiga, percebemos que o ônibus estava cheíssimo, e que na nossa frente estava uma grávida nos olhando com olhares de laser 9000:

"QUE QUE É QUERELHO?" perguntou lady michelle.
"Olha eu acho que você poderia me dar seu lugar mocinha" respondeu a libinosa grávida, despertando a fúria dos 9.000 demônios em michelle. Nesse momento soube que ia rodar uma baiana com kilos de dendê no Tapanã.

"OLHA AQUI, mocinha eu até aceito, agora porque eu tenho de dar meu lugar pra ti? Tô loca ou tu é artista ou ex-bbb?" eu cochichei no ouvido de michelle que a lôca tava grávida.

"Grávida? TÔDOIDA HAHAHA, ela não tá grávida manu, ela tá gorrrrrrda, isso daí são anos de boca suja de açaí, besta. Nessa não caio M-E-S-M-O"


"Escuta, você não vê que tou esperando um bebê?"

"HAAA, EU TENHO CARA DE ULTRA-SOM MEU AMOR? se tiver me leva pra unimed que tô precisada de trabalho."

Todos do ônibus riram, o bombomzeiro se engasgou com amendoim de rir. Euri². Veja como a situação pro lado da grávida gorda estava ruim, eu claro, como sou o bonzinho da dupla (imagine o mal então) tomei a frente do que seria a ascensão de uma alma nobre na dancefloor do ônibus.

"GENTE PARA COM ISSO! QUE MALDADE!" todos abaixaram a cabeça e disfarçaram o riso "E que feio michelle, se você não quer, EU AJUDO ELA." um sorriso apareceu no rosto da gorda "Eu seguro sua bolsa tia"

Claramente poota e desapontada, não estava em condições nem de rejeitar injeção na testa, e me deu a bolsa. Depois de somente um minuto segurando a bolsa do bebê azul acrílico de plástico, Michelle grita "GENTE ELA QUER MATAR O BEBÊ! ELA TÁ LEVANDO CERVEJA NA BOLSA!" michelle retira três long necks de Cerpa da bolsa, e todos olham feio para a gorda. Ela gagueja: "E-e-e-e-é para meu marido" Como ninguém era besta nem nada, começaram a tecer comentários maldosos sobre a grávida, enquanto michelle saia distribuindo bebidas pelo ônibus. A grávida não aguentando a pressão, desceu.

O resto da viagem foi estranhamente "normal". No final descemos para seguir à sua casa, onde nos asbaldariamos em kilos e kilos de vatapá de domingo. Na hora de descer, claro, fomos aplaudidos pela pequena sociedade formada no tapanã. E eu, claro, caí na hora de descer, ralando toda minha beiça, e me sujando inteiramente na lama, onde claro, disfarcei e fingi que estava imitando a Shakira em Whenever, Wherever. Com direito à bate cabelo 360 graus e ataque epiléptico. (relendo o texto na hora de revisar, resolvi deixar esse parágrafo intacto, observe como o escritor desatento usou a palavra "claro" como se fosse vírgula).


Consegui me limpar como pude, disfarcei a maioria do sujo e cobri com uma camiseta que tinha comprado no shopping (esse truque super manjado que Alex e Manoel conhecem bem). Quando vimos o letreiro que mudaria nossas vidas: CIGANA ELKA, LÊ SEUS MÃOS, PASSADA, PRESENTA E FUTURA. fomos rumo ao centro de esoterismo onde veriamos com quantos paus se faz uma canoa, e quão maligno um ser pode ser, fruto de uma mente psicótica de uma cigana chamada Elka.