Fazendo do escritório um ótimo lugar para amar

Amor eletrônico (1957)
Diretor: Walter Lang
Elenco: Katharine Hepburn, Spencer Tracy

Pautando uma predição de como as máquinas afetariam nossa vida nos dias de hoje, o filme é muito interessante de se ver, pois é o protótipo de algo que nos é bem comum e presente no dia-a-dia: O Google. Nos anos 60 não existiam os computadores pessoais, por isso caso alguém em Nova York tivesse alguma dúvida ou pesquisa a fazer, tinha de ligar para uma central de busca e pesquisa. Nessa central as moças eram quase computadores, tinham de decorar todas as informações, todas as notícias, lembrar de resultados e ser ágeis para procurar na biblioteca a informação pedida.

Bunny Watson é a chefe do departamento de busca e pesquisa de Nova York e comanda um esquadrão de “super-mulheres” e amigas que têm todas as respostas para as perguntas que são feitas na ponta da língua (ou acolá, nos livros estocados). Infelizmente correm rumores de que um computador vai ser instalado no centro e substituirá as quatro moças, e tudo parece ser verdade depois da chegada de um desenvolvedor de computadores (Richard) para observar o trabalho das meninas. Enquanto a tensão no departamento inteiro aumenta, surge uma fagulha de interesse entre Bunny e Richard, o que deixa o namorado de Bunny nada satisfeito. Emmarac, a máquina que será instalada no setor, parece ser perfeita e uma das poucas coisas que sabe-se sobre ela é que caso ela não saiba achar a resposta para um pergunta, imediatamente entra em curto-circuito. Em meio a muitas gargalhadas e uma inesquecível festa de natal na empresa, o clima festeiro cessa quando chega a informação de que todas devem ser se preparar para a chegada de Emmarac no departamento. O que Bunny e suas amigas terão de perguntar à Emmarac para tirá-la de seu caminho?

Com uma deliciosa sintonia entre Katharine Hepburn (Bunny) e Spencer Tracy (Richard), é impossível não se apaixonar por essa comédia romântica e se assombrar com a inteligência e eficiência da secretárias do departamento de pesquisa, que só conferem mais charme ao filme. Com um roteiro extremamente inteligente, o filme nos mostra o protótipo do Google e como se fazia para saber “qual o nome das renas do papai Noel?” e “uma citação de Shakespeare”. Nada mais original e oportuno. Comédia romântica Nova Yorkina das boas.